Boas!
Tal
como tínhamos planeado durante o verão, decidimos alternar a nossa anterior saída
para o nosso abrigo permanente com uma saída para uma nova localização. Desta
vez decidimos fazer uma visita ao concelho de Proença-A-Nova, concelho vizinho
onde o pinhal interior já se começa a notar mas não exclusivamente como noutras
zonas do Distrito. A nossa localização foi nas margens da Ribeira do Alvito
perto de uma pequena povoação chamada Casalinho na freguesia dos Montes da Senhora,
zona para a qual um de nós tinha, pouco tempo antes, ido caçar e quando ouvimos
os seus relatos não tivemos de perder muito tempo a decidir o local da nossa 2ª
saída da época.
Uma
zona bastante remota e de grande beleza onde predominava o pinhal mas oferecendo
ao mesmo tempo os restantes recursos que procuramos que existam para pernoitar
confortavelmente. Além do pinho destacavam-se também algumas oliveiras, umas
poucas azinheiras, um eucaliptal desordenado e salgueiros nas margens da
Ribeira do Alvito que corria já com uma corrente considerável devido às chuvas
das últimas semanas.
Foram
também bastante uteis a esteva para o fogo, a giesta (apesar de pouca nesta
zona) para a cobertura dos abrigos e o mato ribeirinho (este sim em abundancia)
para as coberturas dos abrigos também e para a construção de camas.
Quanto
a outros recursos pareceu-nos uma zona onde com algum tempo disponível talvez se
conseguisse pescar na ribeira ou caçar algo naquela área. Além disso o terreno
era favorável ao aparecimento de cogumelos e também vimos algumas norsas aqui e
ali.
A
nossa fiel e velhinha Renault 12 estava pronta para mais uma incursão pela mata
beirã!
Sem
dúvida paisagens de grande beleza.
A
mochila Snugpak Bergan 70 & 100 L, espantosa pelos seus pormenores e
materiais de construção, de uma excelente versatilidade pois tem a possibilidade
de adicionar duas bolsas laterais que expande os seus 70 L de capacidade para
100L, fazendo dela uma mochila 5 estrelas para expedições que exijam carregar
muito material ao mesmo tempo que se revela muito prática para carregar menos
quantidade de equipamento.
Ao
longo do percurso encontrámos um pequeno poço no meio de uma encosta da ribeira
onde o mato era muito denso e a locomoção lenta, apesar do engenho e sabedoria
com que foi com certeza construído aquele poço poderia ser uma armadilha
bastante perigosa em casos de caminhadas com condições de visibilidade deficientes.
Escolhido
o sitio para pernoitar deitámos mãos à obra na construção do acampamento. Por
haver excelentes recursos por ali, decidimos cada um de nós fazer um abrigo
individual apenas com materiais naturais sem recurso às tarpas em volta da
tradicional fogueira.
Dois
de nós decidimos efetuar um tipo de abrigo que nunca tínhamos experimentado
antes (em forma de canadiana individual) o outro decidiu-se pelo tradicional
abrigo tipo lean-to. Usamos pequenas varas de eucalipto para a estrutura que
cobrimos com as ramas dos eucaliptos, giestas e mato reibeirinho.
Fogo para o almoço e uma pequena pausa para recuperar as tão necessárias forças.
Também construímos camas devido à irregularidade e muitas pedras do terreno, o que acabou por se mostrar também uma excelente solução para um melhor isolamento térmico, pois apesar de não ter sido uma noite muito fria, caiu uma humidade desconfortável após o sol se pôr.
Ao jantar a tradicional sopa à lavrador e papada de porco frita.
A noite foi confortável apesar da humidade que se fez notar, os abrigos por apenas terem a face frontal descoberta e de frente para o fogo retiveram muito bem o calor (apesar de não ter estado muito frio) contudo a mobilidade no interior do abrigo não foi a ideal.
No domingo o dia estava espetacular, o verdadeiro verão de São Martinho, desagradável foi ter de arrumar a trouxa para voltar para a cinzenta realidade urbana.
Foi mais uma saída, desta vez para uma nova zona, que pela sua beleza e recursos nos convenceu a voltar um dia mais tarde para podermos explorar todas as suas potencialidades.
Bem haja e boas aventuras!
FoicesAlbicastrenses