segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

FoicesAlbicastrenses - 01/2016

Boas!

Uma das zonas mais belas que existe com certeza na nossa região, é a Serra da Estrela. Foi o destino que escolhemos para fazer a nossa primeira saída de 2016 e assim continuar a explorar novos locais com potencial para o desenvolvimento da nossa actividade. 

Levávamos a expectativa de encontrar um ambiente mais hostil do que o habitual, não tanto pelas características geográficas do local, mas sobretudo pela exposição a certos elementos que mais perto de Castelo Branco não são tão acentuados, como a altitude e a temperatura (principalmente nesta altura do ano). 

Decidimos fazer o trilho entre Loriga e a aldeia de Cabeça e uma vez que íamos à Serra da Estrela aproveitámos a manhã, para durante a viagem, parar em alguns locais que achámos que valia a pena visitar. Como não podia deixar de ser fomos também ao ponto mais alto de Portugal Continental fazer a habitual visita à Torre, aproveitando assim para nos abastecermos de alguns produtos regionais. 















A viagem iniciou-se bem cedo, pois por estradas nacionais e ritmo de passeio levaríamos cerca de 2 horas e meia a chegar ao alto Serra.      





















































A manhã já ia a meio quando chegamos à Torre, onde passámos 
algum tempo a desfrutar das belíssimas vistas e a abastecer de alguns produtos gastronómicos locais que iríamos consumir durante o fim de semana.  








































O ponto de partida para a caminhada foi em Loriga. 



































As paisagens espectaculares foram uma constante ao longo do percurso.



































A diversidade de flora que encontrámos no decorrer do percurso foi notável, em contraste com a paisagem granítica e árida que temos em locais da Serra de maior altitude. 



































Outro aspecto muito característico que notámos na Ribeira de Loriga foi a constante presença de sinais de antigos povoamentos junto das margens, impressionante a quantidade de moinhos, quintais e antigas casas todas de pedra que fomos encontrando. 











































As encostas eram sempre abismais com o leito da ribeira a serpentear a incrível densidade de floresta.




































O almoço foi tardio e rápido, pois tínhamos poucas horas de sol para concluir o trajecto. 


























As águas dos rios e ribeiras desta zona são incrivelmente límpidas, conseguindo-se ver as pedras do fundo dos rios mesmo a grandes distancias! 





























































Ao nos aproximarmos da aldeia de Cabeça, o nosso ponto de chegada, reparámos que a margem da ribeira em que caminhávamos era a margem das hortas dos locais e não tínhamos intenção de pernoitar em local alheio . Foi aí que encontrámos um pastor local que nos informou que ali perto não haveria maneira de atravessar a ribeira para o outro lado sem termos de andar uns bons metros para trás ou para a frente. Como as horas de luz escasseavam tivemos de arriscar e atravessar a ribeira numa zona onde esta tinha menos caudal, mais uma vez tivemos de molhar o pezinho.































Outra dificuldade que tivemos e nos fez perder algum tempo foi encontrar um sitio mais ou menos plano para montar abrigo, contudo lá conseguimos encontrar um local com menos inclinação de baixo de uma mancha de castanheiros, bem abrigado e suficientemente denso para fazermos um abrigo amplo para os seis caminhantes. 
























Optámos por fazer uma estrutura "teepee" com algumas varas que recolhemos por ali, cobrimos toda a estrutura (com excepção do topo) com as tarpas de cada um (item que já não utilizávamos à algum tempo) e fizemos uma boa fogueira interior com uma pequena parede de pedras por trás que serviu de reflector de calor.  Foi a solução encontrada dados os poucos minutos de luminosidade que nos restavam (a cobertura do "teepee" foi colocada já de noite) mas mostrou-se uma excelente opção quando controlámos a questão da extracção do fumo. Rápida, com baixo nível de recoleção de recursos e excelente concentração térmica.

































Foi bastante complicado iniciar o fogo sem recurso a um isqueiro devido ao nível de humidade, mas assim que este estabilizou conseguimos uma boa temperatura interior. Usámos um velho castanheiro que ali estava caído para lenha, mas consumimos uma grande quantidade devido à sua rápida combustão e à sua brasa que é muito desfragmentada transformando-se rapidamente em cinza. Manter um bom lume pela noite fora foi uma tarefa constante.























A reconfortante sopa à lavrador com uns cogumelos variados (trazidos de casa). 

















































As temperaturas exteriores nunca foram, surpreendentemente, muito baixas e apesar da espontaneidade com que tivemos de construir o abrigo conseguimos criar uma ambiente bastante favorável para passarmos uma boa noite. 
















 

































































De manhã arrumámos a tralha e fizemos a última incursão até ao local onde estava estacionada a nossa "máquina". 

































































Foi mais uma experiência extraordinária que vivemos, com todas as suas dificuldades que soubemos ir sempre superando e num dos cenários mais espectaculares onde já tivemos. A capacidade de adaptabilidade que conseguimos alcançar em cenários completamente novos e diferentes a cada saída que fazemos estimula-nos sempre ainda mais para a o próximo desafio. Paralelamente, o nosso abrigo permanente é   um objectivo em continuo desenvolvimento. 

Bem-haja e boas aventuras!

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