sexta-feira, 9 de março de 2018

FoicesAlbicastrenses - pelo interior de Portugal (2012-2017)


Compilação de alguns momentos captados em vídeo durante as nossas saídas para o mato durante os anos de 2012 a 2017.




Boas aventuras.

Bem-haja !

FoicesAlbicastrenses

terça-feira, 8 de março de 2016

FoicesAlbicastrenses - 02/2016

Boas!

Depois da  incursão pela Serra da Estrela que fizemos no primeiro mês do ano, no mês de Fevereiro de 2016 voltámos a concentrar esforços na evolução do nosso abrigo permanente. Uma vez que defendemos que o Bushcraft passa por reunirmos cada vez mais condições no mato através dos recursos neste recolhidos, permitindo-nos isso estadias cada vez mais confortáveis, o contínuo realizar de novos projectos é essencial para essa perspectiva evolutiva. 

Não pretendemos com isto desvalorizar a abordagem de realização de trilhos que temos também vindo a ter ao longo destes anos, mas actualmente focalizamos mais a nossa actividade no desenvolvimento da nossa área de conforto, mantendo sempre abertas as portas a novas localizações para no futuro podermos vir a realizar projectos semelhantes.


A título de curiosidade:

Out 15 


Fev 16 


O abrigo anexo que tínhamos construído na nossa ultima saída aqui estava com bom aspecto.




Nesta saída iniciámos dois novos projectos a desenvolver no futuro: um forno exterior e um telheiro lateral ao abrigo. 

Um forno exterior: de extrema utilidade para podermos cozinhar não recorrendo directamente à irregularidade do lume. Poderemos também fazer o nosso pão. 

Telheiro lateral: por norma, por uma questão de espaço e por ser mais agradável,  apenas recolhemos ao abrigo já tarde e temos uma fogueira exterior onde passamos grande parte do tempo em que não estamos a trabalhar. Construir um telheiro é a forma ideal para podermos começar a tornar aquela área mais abrigada. 

A primeira tarefa do dia foi transportar as pedras necessárias do rio, utilizando um tipo de andor que desta vez construímos com uma velha serapilheira.





Para a construção do forno começámos por abrir um grande buraco quadrado no chão, com uma abertura numa face para servir de extracção de fumo e outra na face oposta para servir de entrada de ar e combustível.  





Cravámos uma boa estaca de eucalipto a uns bons palmos do chão e atámos a ponta a uma outra que vinha no prolongamento da trave principal do abrigo. Fizemos uns entalhes nas extremidades destas duas estacas para melhor encaixarem e fizemos então uma grelha que irá suportar a estrutura do telheiro. 








Seguidamente "forrámos" todo o grande buraco quadrado com pedras, sendo aqui que se irá dar a combustão da madeira, e construímos um segundo nível também todo isolado para servir então de forno aproveitando o calor que provém do primeiro nível da estrutura. 






O almoço foi rápido para maximizarmos o tempo disponível. 



A parte frontal e porta do forno é algo que ainda vamos ter de resolver na próxima saída para este abrigo.



O isolamento total da construção será factor fundamental para obter o resultado pretendido.







A estrutura que irá suportar a cobertura do telheiro foi colocada sobre duas traves paralelas à principal que se prolonga do abrigo. 





O efeito que pretendemos obter depois de construída a cobertura. 





Ao jantar uma bela de uma feijoada, em substituição da tradicional sopa à lavrador, uma vez que o almoço tinha sido mais leve.





Como é bem mais genuíno estar no mato fora do abrigo, iremos tentar aumentar ao máximo a confortabilidade desta área com vista à confraternização depois da janta.

  

Como tivemos o cuidado de fazer logo um fogo dentro do abrigo no inicio do dia, quando entrámos de noite, a diferença de temperatura era brutal e o abrigo estava bem confortável na hora de ir-mos dormir. 






Foi mais uma saída, em que ao estarmos constantemente a desenvolver novos projectos, nos capacitou com novas competências para improvar o nosso ambiente através dos recursos ali disponíveis. Desta forma, além de nos fazer variar para além das tarefas essenciais das saídas para o mato, vai tomando forma um verdadeiro Camp que com certeza nos abrirá muito mais possibilidades de desenvolvimento de actividades da natureza.   

Bem haja!

FoicesAlbicastrenses

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

FoicesAlbicastrenses - 01/2016

Boas!

Uma das zonas mais belas que existe com certeza na nossa região, é a Serra da Estrela. Foi o destino que escolhemos para fazer a nossa primeira saída de 2016 e assim continuar a explorar novos locais com potencial para o desenvolvimento da nossa actividade. 

Levávamos a expectativa de encontrar um ambiente mais hostil do que o habitual, não tanto pelas características geográficas do local, mas sobretudo pela exposição a certos elementos que mais perto de Castelo Branco não são tão acentuados, como a altitude e a temperatura (principalmente nesta altura do ano). 

Decidimos fazer o trilho entre Loriga e a aldeia de Cabeça e uma vez que íamos à Serra da Estrela aproveitámos a manhã, para durante a viagem, parar em alguns locais que achámos que valia a pena visitar. Como não podia deixar de ser fomos também ao ponto mais alto de Portugal Continental fazer a habitual visita à Torre, aproveitando assim para nos abastecermos de alguns produtos regionais. 















A viagem iniciou-se bem cedo, pois por estradas nacionais e ritmo de passeio levaríamos cerca de 2 horas e meia a chegar ao alto Serra.      





















































A manhã já ia a meio quando chegamos à Torre, onde passámos 
algum tempo a desfrutar das belíssimas vistas e a abastecer de alguns produtos gastronómicos locais que iríamos consumir durante o fim de semana.  








































O ponto de partida para a caminhada foi em Loriga. 



































As paisagens espectaculares foram uma constante ao longo do percurso.



































A diversidade de flora que encontrámos no decorrer do percurso foi notável, em contraste com a paisagem granítica e árida que temos em locais da Serra de maior altitude. 



































Outro aspecto muito característico que notámos na Ribeira de Loriga foi a constante presença de sinais de antigos povoamentos junto das margens, impressionante a quantidade de moinhos, quintais e antigas casas todas de pedra que fomos encontrando. 











































As encostas eram sempre abismais com o leito da ribeira a serpentear a incrível densidade de floresta.




































O almoço foi tardio e rápido, pois tínhamos poucas horas de sol para concluir o trajecto. 


























As águas dos rios e ribeiras desta zona são incrivelmente límpidas, conseguindo-se ver as pedras do fundo dos rios mesmo a grandes distancias! 





























































Ao nos aproximarmos da aldeia de Cabeça, o nosso ponto de chegada, reparámos que a margem da ribeira em que caminhávamos era a margem das hortas dos locais e não tínhamos intenção de pernoitar em local alheio . Foi aí que encontrámos um pastor local que nos informou que ali perto não haveria maneira de atravessar a ribeira para o outro lado sem termos de andar uns bons metros para trás ou para a frente. Como as horas de luz escasseavam tivemos de arriscar e atravessar a ribeira numa zona onde esta tinha menos caudal, mais uma vez tivemos de molhar o pezinho.































Outra dificuldade que tivemos e nos fez perder algum tempo foi encontrar um sitio mais ou menos plano para montar abrigo, contudo lá conseguimos encontrar um local com menos inclinação de baixo de uma mancha de castanheiros, bem abrigado e suficientemente denso para fazermos um abrigo amplo para os seis caminhantes. 
























Optámos por fazer uma estrutura "teepee" com algumas varas que recolhemos por ali, cobrimos toda a estrutura (com excepção do topo) com as tarpas de cada um (item que já não utilizávamos à algum tempo) e fizemos uma boa fogueira interior com uma pequena parede de pedras por trás que serviu de reflector de calor.  Foi a solução encontrada dados os poucos minutos de luminosidade que nos restavam (a cobertura do "teepee" foi colocada já de noite) mas mostrou-se uma excelente opção quando controlámos a questão da extracção do fumo. Rápida, com baixo nível de recoleção de recursos e excelente concentração térmica.

































Foi bastante complicado iniciar o fogo sem recurso a um isqueiro devido ao nível de humidade, mas assim que este estabilizou conseguimos uma boa temperatura interior. Usámos um velho castanheiro que ali estava caído para lenha, mas consumimos uma grande quantidade devido à sua rápida combustão e à sua brasa que é muito desfragmentada transformando-se rapidamente em cinza. Manter um bom lume pela noite fora foi uma tarefa constante.























A reconfortante sopa à lavrador com uns cogumelos variados (trazidos de casa). 

















































As temperaturas exteriores nunca foram, surpreendentemente, muito baixas e apesar da espontaneidade com que tivemos de construir o abrigo conseguimos criar uma ambiente bastante favorável para passarmos uma boa noite. 
















 

































































De manhã arrumámos a tralha e fizemos a última incursão até ao local onde estava estacionada a nossa "máquina". 

































































Foi mais uma experiência extraordinária que vivemos, com todas as suas dificuldades que soubemos ir sempre superando e num dos cenários mais espectaculares onde já tivemos. A capacidade de adaptabilidade que conseguimos alcançar em cenários completamente novos e diferentes a cada saída que fazemos estimula-nos sempre ainda mais para a o próximo desafio. Paralelamente, o nosso abrigo permanente é   um objectivo em continuo desenvolvimento. 

Bem-haja e boas aventuras!

FoicesAlbicastrenses