sexta-feira, 10 de abril de 2015

FoicesAlbicastrenses 25 26/02/2012

 Ao partilharmos as nossas experiências temos como principal objetivo contribuir de alguma forma para a partilha de informação e conhecimento que se procura fazer neste espaço, bem como abrirmos um canal que nos permita também aprender com as experiencias de outros grupos. Para tal iremos tentar revelar alguns momentos dos nossos encontros desde que os iniciámos, em Janeiro de 2012, sempre com uma perspetiva de evolução.

Alguma informação sobre os recursos (maioritariamente floresta) da Beira Baixa e algumas considerações que achamos convenientes:

Na nossa zona, Beira Baixa, muito árida com Invernos e Verões rigorosos, estamos algo limitados no que diz respeito a vários tipos de madeira e restantes recursos.No entanto, tentamos fazer o melhor que podemos com aquilo que temos.

Temos pinheiros, bons para recoleção de “fat wood”, resina e a sua casca. Bom para construir abrigos, com a exceção de que quando os pinheiros são cortados expelem resina que pode tornar-se incómoda, especialmente quando nos cai na cabeça durante a noite dentro do abrigo (Eheheh). Fraco para lenha de aquecimento, arde num instante, projeta casca em brasa e solta cinza que voa pelo ar. De manhã acordamos cobertos num manto de cinza.

Algumas oliveiras, abandonadas claro, que aproveitamos para podar e dar-lhe forma. Muito boa para aquecer, dura muito tempo e emite muito calor. Melhor só o azinho.

Temos azinheiras, a melhor lenha para aquecer. Dura horas e horas em brasa e o calor que emite é imbatível. Também dão bolotas, que podemos utilizar como recurso alimentar.

Salgueiros, junto dos cursos de água, a árvore mais versátil que temos na nossa zona. Relativamente boa para queimar, excelente para iniciar fogueiras quando devidamente secos, em pequenos ramos. Excelente para esculpir e fazer fogo de fricção, por ser madeira “soft”. De referir que ainda não fazemos fogo de fricção. Ainda outro aspeto importante do Salgueiro, a possibilidade de retirar as fibras da casca e fazer corda natural, que previamente cozidas, aumentam a sua resistência. É uma árvore de crescimento relativamente rápido em comparação ao pinheiro e azinheiras, que rebenta com facilidade depois de cortada. E devido ao facto dos seus ramos e troncos serem homogéneos no seu formato, torna-se útil e prático para construir abrigos.

Por último, a praga do Eucalipto, excelente para construir, boa para queimar, altamente inflamável, difícil de esculpir. Crescimento que todos sabem como é, e verdadeiramente de má raça! Por mais que se corte, temos a certeza que voltará a crescer!

Barragem Marechal Carmona – Idanha-a-Velha

De referir que esta é uma das primeiras viagens (2a), onde a vontade de experimentar se sobrepôs às técnicas utilizadas.
Saída da Barragem Marechal Carmona ao início da manhã com destino à EN354, perto de Idanha-A-Velha; Cerca de 5 km por terreno rigoroso;
Imagem

Entrada no Rio Ponsul, já depois da Barragem M Carmona; Mato denso; Terreno muito escarpado; Revelou-se um bom teste à condição física e espírito de sacrifício;
Imagem

Imagem

Imagem

Imagem

Imagem

Montámos abrigo ao final do dia, já com poucas horas de luz; Optámos pela estrutura Teepee pois os recursos não eram muitos para construir (nesta zona o terreno já era muito árido); Utilizámos eucalipto para construir, algum pinheiro e azinho para cozinhar e aquecimento. Na tentativa de conservar o mais possível o calor entre a fogueira e o abrigo construímos uma estrutura coberta com ramagens na zona frontal do abrigo (solução que não foi de todo suficiente, muito mal construída e não ofereceu proteção adequada contra o frio);
Imagem

Imagem

Imagem

Fogo em paralelo feito de frente para a entrada do abrigo, de modo a termos maior superfície a emitir calor, iniciado com recurso a pederneira. Com a vantagem de não despendermos tanta energia a cortar madeira, se bem que a madeira aquece a triplicar: uma enquanto se corta, outra enquanto se transporta e a outra enquanto queima.
Imagem

Imagem

Bannock e sopa.
As tão necessitadas calorias…Depois de um exercício puxado o corpo pede alimento. As sopas que fazemos levam legumes, hidratos de carbono e proteínas. Hidratam, alimentam e aquecem. Bannock, comida típica de bushcraft, um cliché. Mas saboroso e que faz bom proveito.
Um amigo adormeceu antes de jantar devido ao esforço, acordou a meio da noite, comeu bannok, misturou com água fria, teve uma paragem de digestão e vomitou. Foi-lhe aplicada a medicação adequada e ficou fino! Levamos o “kit” de primeiros socorros adequado para o que for possível de aplicar no mato. Deus queira que nunca precisemos mais do que aquilo que levamos.
Imagem

Imagem

Além da insuficiência da cobertura frontal, todo o abrigo se mostrou insuficiente tendo proporcionado uma noite agitada. Mas pelo contrário, a excelente condução que fizemos do fogo ao longo da noite permitiu-nos não passar uma noite desconfortável.
Atentem no pormenor da morcela a curar… (eheheh)
Imagem

De manhã, início da caminhada para o ponto de chegada; Agora sim, em terreno agradável à caminhada, já perto do fim.
Imagem

Monsanto ao fundo
Imagem

Imagem

Observámos alguma vida selvagem comum nesta zona, mas evasiva devido à prática da caça.
Garças, patos e coelhos.

Bem haja!

FoicesAlbicastrenses
Imagem

Sem comentários:

Enviar um comentário

Deixe aqui o seu comentário.
Leave your comment here.