sexta-feira, 10 de abril de 2015

FoicesAlbicastrenses – Saída 05 06 07/10/2012

Boas!
Junho foi o último mês que saímos para o mato antes do Verão de 2012, uma saída para um local onde já tínhamos estado e na companhia de alguns amigos curiosos que resolveram juntar-se a nós dessa vez.

Quais as vossas experiencias quanto ao facto de amigos, depois de lhes ser explicado o contexto da atividade, vos quererem acompanhar nas vossas saídas para o mato? Há muitos a repetir regularmente?
Iniciámos em Outubro de 2012 o que costumamos chamar a temporada 2012 / 2013 (em Outubro a Maio / Junho do ano seguinte). Desta vez planeámos um percurso de 3 dias, ainda tendo como principal objetivo explorar as nossas proximidades, com saída da ponte entre as Ferrarias Cimeiras e a Carapetosa, com chegada à Foz do Cobrão depois de contornarmos as espetaculares Portas de Almourão.

Foi decididamente, o desafio mais duro fisicamente que experimentámos aqui na nossa zona, não só pela distância mas sobretudo pelos piques de altitude quase sempre em terreno adverso. Serviu também, mais uma vez, de praxe a dois amigos curiosos, um dos quais é hoje uma Foice e para o outro foi uma experiencia diferente.

Pernoitámos uma noite a meio do trajeto e uma outra no ponto de chegada, não muito longe da aldeia. Foi mais uma vez um trajeto acidentado e com bastante diversidade florestal, durante o qual não recolhemos um grande nº de registos em camp, mas imagens espetaculares dos sítios por onde passámos ao longo de quase 13 km.

Imagem

A Santa Padroeira da viagem. eheheh

Imagem

De manhã iniciámos a caminhada, e temos um pequeno vislumbre do que iria acontecer daqui para a frente. Terreno irregular e selvagem como apreciamos.

Imagem

Imagem

A beleza do Ocreza.

Imagem

Imagem

Mais uma azenha, ou moinho de água. Vestígios da vivência do Homem de outrora ao longo dos rios, mesmo em áreas bastante remotas como estas. (Desculpem a sombra do fotógrafo maçarico!)

Imagem

Bonitos socalcos plantados de oliveiras com alguns pinheiros, que antigamente eram tratados com afinco pelos antigos e que felizmente resistem à invasão do eucalipto. Aqui na Beira Baixa, o abuso das plantações de eucalipto é um atentado ao meio ambiente.

Imagem

Montámos abrigo num areal por detrás dos salgueiros que ladeiam os rios. Armámos as tarpas sobre uma estrutura do tipo Lean-To construída com paus de salgueiro com a fogueira ao centro a céu aberto (céu limpo, o verão tinha acabado à pouco) …Depois de grandes dissertações teóricas acerca da arte mágica de construção de abrigos no mato, optámos por acolher a sugestão de quem tinha feito o “trabalho de casa” e construir um abrigo conjunto adequado ao número dos presentes, tempo de luz natural restante e recursos existentes. A areia, além de ser macia para cama, desde que bem nivelada, permitiu uma boa condução de calor através das pequenas pedras que a constituem.

Imagem

Ao jantar, a já tradicional sopa (duas panelas, pois tínhamos convidados) e chaleira a purificar água e a fazer infusões. A acompanhar, enchidos. Calorias e gordura para o corpo, há que repor o que foi gasto, que no dia seguinte a mesma dose de esforço esperava-nos. Também utilizamos pastilhas purificadoras, cada vez menos, pois tentamos ser menos “comodistas” no mato. Durante as nossas temporadas de bushcraft costumamos ter água corrente nos rios, no entanto sabemos da importância de ter pastilhas para utilizar em casos de água estagnada, águas poluídas de fábricas, animais mortos, etc…pois costumamos carregar sempre só um 1L de água.

Imagem

Imagem

Imagem

Depois de uma noite muito bem passada, com temperatura adequada, sem vento desagradável e boa ventilação do fumo devido às características do abrigo, o dia nasce com igual beleza do dia anterior. Acordar, higienizar, alimentar e arrancámos para o segundo troço.

Imagem

Imagem

Que bonita palete de cores e montes rasgados pelo rio, convidando a entrada do Outono e indicando-nos o caminho a seguir.

Imagem

Ao longo do 2º troço as paisagens foram-se alterando, com mato muito denso composto na sua maioria por estevas e giestas, dificultando o nosso avanço. Tivemos que enfrentar as subidas a pique em altitude para seguir junto ao rio, pois as margens eram demasiado penosas e perigosas para serem percorridas com relativa rapidez. Como não sabíamos o tempo que demoraríamos a chegar ao destino, não pudemos perder muito tempo com distrações de avaliação de trajectos.

Imagem

Bonito espelho de água.

Imagem

Imagem

Imagem


A certa altura deparámo-nos rodeados por uma autêntica floresta de fetos que tivemos de além de desbastar caminho, trepar também em altitude. Ou isso, ou então caminhar no leito do rio que estava exposto, mas era formado por rochas demasiado grandes para podermos andar sobre elas. Felizmente vieram connosco dois “bulldozers”, que prontamente se voluntariaram para abrir mato com um pau utilizado como cajado. Um dos amigos até tinha trazido uma catana, mas esqueceu-se de a afiar! Eheheh Pensava que vinha para um passeio no parque da cidade, o resultado foi que ia morrendo de exaustão (figurativamente falando), e atrasou-nos o avanço. Apesar disso, e de compreendermos as suas limitações no que diz respeito à falta de rodagem nestas caminhadas, nunca deixámos de puxar por ele e conseguir chegar a tempo ao nosso destino. Se estivesse sozinho naquele local, teria que chamar o helicóptero para o vir buscar. Ehehe! Má preparação física e mental para aguentar a realização dos percursos podem dar origem a situações complicadas.

O Antes…

Imagem

Imagem

Imagem

O Depois!

Imagem

No final de um grande esforço tivemos a nossa recompensa… A Santa Padroeira estava do nosso lado e ofereceu-nos uma dádiva vinda dos céus! Depois disto, nada podia correr mal.
Uma fonte de água natural!

Imagem

Aproveitando o melhor terreno a maior altitude para caminhar com outra perspetiva e fôlego.

Imagem

Imagem

As Portas de Almourão.

Imagem

Imagem

Imagem

Terreno muito bom para os tornozelos! eheheh

Imagem

Imagem

O ponto de chegada avistou-se pouco depois, Foz do Cobrão.

Imagem

Imagem

Acabámos por conseguir cozinhar o resto das nossas provisões num pequeno forno de um anexo do café central de Sobral Fernando onde os habitantes foram muito acolhedores, foi também perfeito para levantar a moral, enquanto se trocavam conversas com os locais curiosos que se admiravam com o nosso pequeno feito, se bebiam umas cervejas e se assistia ao jogo da bola na antiga televisão do café.

Dormimos num outro areal ali perto, tendo construído o mesmo tipo de abrigo da noite anterior (que se tinha revelado bastante versátil e de rápida construção). Não temos registo desse momento pois o cansaço era muito e a noite já era avançada, contudo deixamos um curto vídeo do 1º abrigo.



Esperamos que apreciem.

Bem haja!

FoicesAlbicastrenses
Imagem

Sem comentários:

Enviar um comentário

Deixe aqui o seu comentário.
Leave your comment here.